A manhã ia a meio e este era um pretexto tão bom como outro qualquer para ir beber um café. Nem costumo ir sozinho mas desta vez deve-me ter dado forte esta privação da cafeína e lá fui no silêncio dos meus pensamentos.
À volta encontrei o Saborida e, inevitavelmente, flui conversa! E conversa entre nós tem aquela coisa boa de, regra geral, não versar banca!
Palavra puxa palavra, vem à baila um espectáculo musical que ele e os amigos destas lides estavam a ultimar para apresentação nos dias 4, 5, 26 e 27 de Junho na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul. Cantinho emblemático nesta cidade ao qual vale a pena dar um salto.

Sabendo dos gostos musicais que habitam aquelas mentes não me estranhei ao aceitar de imediato o convite para os ir ouver.
O desafio, o deles, esse sim era grande. Revisitar António Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.
O Tom Jobim, um dos criadores da Bossa Nova, um inventor de harmonias que definitivamente casou o jazz com estruturas musicais tipicamente brasileiras. Não é fácil lidar com toda aquela complexidade tonal mas estes meninos também não estão cá há dois dias!
E aproveitei para levar os meus dois filhos geração Rock in Rio para ouvir alguma coisa do Brasil que não seja Ivete Sangalo!
Não estava era à espera de encontrar um verdadeiro Café-concerto com palco montado, multimédia, leitura de textos, com luzes e tudo!
À maneira, por assim dizer!
Estou mais habituado a que saiam dali uns belos de uns acordes quase improvisados numa onda caseira!
Apagaram-se as luzes.
Arrancou um pequeno filme sobre a Bossa Nova e Tom Jobim e entraram os 3 artistas, vestidos a rigor para a ocasião, e só vos posso dizer que este acolhedor palco confirmou todas as expectativas assim que soaram os primeiros acordes. Entre outras ouvimos “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Desafinado”, “Águas de Março”, “Samba de Uma Nota Só”, “Garota de Ipanema” e... e muito mais! Houve passagens só instrumentais e uns pequenos e deliciosos textos lidos do fundo desta pequena sala que nos envolveram ainda mais neste universo!

Valeu! Valeu mesmo!
Atingiu-se rapidamente o fim do espectáculo e já sentíamos vontade de ouvir mais! Os aplausos finais fazem adivinhar que não podem ficar por aqui!
Neste Tom Iluminado, Carlos Saborida, Gustavo Sequeira, José Pontes, José Boavida e a Guilherme Cossul estão de parabéns!
Aquele abraço!