domingo, 6 de junho de 2010

Tom Iluminado

A manhã ia a meio e este era um pretexto tão bom como outro qualquer para ir beber um café. Nem costumo ir sozinho mas desta vez deve-me ter dado forte esta privação da cafeína e lá fui no silêncio dos meus pensamentos.
À volta encontrei o Saborida e, inevitavelmente, flui conversa! E conversa entre nós tem aquela coisa boa de, regra geral, não versar banca! Palavra puxa palavra, vem à baila um espectáculo musical que ele e os amigos destas lides estavam a ultimar para apresentação nos dias 4, 5, 26 e 27 de Junho na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul. Cantinho emblemático nesta cidade ao qual vale a pena dar um salto.
Sabendo dos gostos musicais que habitam aquelas mentes não me estranhei ao aceitar de imediato o convite para os ir ouver.
O desafio, o deles, esse sim era grande. Revisitar António Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.
Tom Jobim, um dos criadores da Bossa Nova, um inventor de harmonias que definitivamente casou o jazz com estruturas musicais tipicamente brasileiras. Não é fácil lidar com toda aquela complexidade tonal mas estes meninos também não estão cá há dois dias!
Quero-vos dizer, portanto, que apesar de a fasquia estar alta, não estranhei e nem sequer me passou pela cabeça que não fosse passar uma boa noite de música e conversa.
E aproveitei para levar os meus dois filhos geração Rock in Rio para ouvir alguma coisa do Brasil que não seja Ivete Sangalo!
Não estava era à espera de encontrar um verdadeiro Café-concerto com palco montado, multimédia, leitura de textos, com luzes e tudo!
À maneira, por assim dizer!
Estou mais habituado a que saiam dali uns belos de uns acordes quase improvisados numa onda caseira!
05 de Junho, 23h30m. Estava na hora.
Apagaram-se as luzes. Arrancou um pequeno filme sobre a Bossa Nova e Tom Jobim e entraram os 3 artistas, vestidos a rigor para a ocasião, e só vos posso dizer que este acolhedor palco confirmou todas as expectativas assim que soaram os primeiros acordes. Entre outras ouvimos “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Desafinado”, “Águas de Março”, “Samba de Uma Nota Só”, “Garota de Ipanema” e... e muito mais! Houve passagens só instrumentais e uns pequenos e deliciosos textos lidos do fundo desta pequena sala que nos envolveram ainda mais neste universo!
Valeu! Valeu mesmo!
Atingiu-se rapidamente o fim do espectáculo e já sentíamos vontade de ouvir mais! Os aplausos finais fazem adivinhar que não podem ficar por aqui!
Nós vamos ficar à espera que nos façam outra! Para já temos 26 e 27 de Junho para repetir mas cuidem-se que é casa cheia pela certa!
Neste Tom Iluminado, Carlos Saborida, Gustavo Sequeira, José Pontes, José Boavida e a Guilherme Cossul estão de parabéns!
Aquele abraço!

8 comentários:

  1. Ti, que delíiiiiciaaaa! E que inveja, meu Deus! É verdade, Brasil não é só Ivete Sangalo, aliás, é muito além do que muita gente imagina.
    Adorei ler este post, pois estou sempre ouvindo as músicas que mencionaste.
    São um delírio!

    Beijos querido e boa semana!

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  2. Olá Sarah! Só te digo que foi uma noite muito bem passada, ainda para mais na companhia de amigos! E Tom Jobim... é um monstro!:-)
    Obrigado!
    Bjs

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  3. Caraças, amigo, estragas-me com mimos! Para nós, valeram as horas de estudo, TPC e ensaios para perceber, reinventar, fazer os arranjos e tocar os ritmos, melodias e harmonias do raio do homem, que de facto era um génio.
    Mas o privilégio foi a adesão de tantos amigos e conhecidos naquela sala e a honra de ter participado num marco histórico: batemos os recordes de bilheteira da Guilherme Cossoul!!! E a Guilhas, como é conhecida pelos amigos e frequentadores habituais, precisa muito do faz-me rir, pois tem actividades culturais interesssantíssimas e um projecto sério com poucos apoios (o costume, né?). Com esta iniciativa demos um modesto contributo para uma boa causa e esperamos ter novamente casa cheia nos 2 concertos do último fim de semana de Junho.
    A ti, com esse espírito e forma de estar na vida que tão bem conheço e tanto aprecio, agradeço a excelente reportagem neste teu blogue, que está cada vez mais interessante!
    Aquele abraço (e um grande beijo à querida Joana, pela presença e pelas fotos).

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  4. Vô ti contár!:-)
    Depois dou-vos o resto das fotos para guardarem esta recordação!
    Por nós, obrigado por tudo!

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  5. Com tudo isto fiquei a salivar dos ouvidos.
    Agora diz lá ti gustosinho....afinal fiquei sem saber o local dessa noite memorável...
    Vou te contar uma!!!!!
    A Sarah detesta o Villaret!!!!
    Hás-de perguntar-lhe, porquê!!!!!
    Eu....nem me atrevo!
    ehehehehe
    Abração

    É verdade....pensaste na proposta que te fiz no outro dia??????

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  6. Voltei!!!
    Esqueci-me de dizer-te...
    que continuas com uma escrita (comentário...crónica) fluída....e que me agrada bastante!!!!
    Bom, agora é que é.
    Já chega de elogios....
    eheh

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  7. Obrigado Afonso!
    Já percebi que percebeste (onde é que eu já ouvi isto ;-)) que muitas das belas palavras no Sempre Por Maus Caminhos são do meu amigo Moura, o Santareias! As fotos de ocasião costumam ser as minhas. Neste post são da minha filha J. Nesta semana ele anda pelas bandas da Galiza com uns quantos do nossos grupo mas eu desta vez não os pude acompanhar. Vou-lhe lançar este repto. Quem sabe?
    Abraço!

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  8. Já me esquecia... Sobre a Guilherme Cossoul podes seguir o link http://www.guilhermecossoul.pt/ que está no post e ver nos contactos. Situa-se na Av D Carlos I, 61, 1º em Lisboa. Entre o Palácio de S Bento e o rio Tejo. Quanto ao Villaret não será fácil digeri-lo sem lhe conhecer o percurso, o enquadramento. A maneira de dizer marca um estilo próprio mas afastado dos nossos tempos. Sem o tal conhecimento mais envolvente pode parecer um tanto "bolorento" especialmente a uma pessoa mais jovem. Digamos que será quase o mesmo que olhar para uma obra de arte sem qualquer tipo de explicação sobre a mesma, sobre a intenção do autor. Ficamos curtos. Para além disso se todos gostassemos do azul que seria do amarelo?
    Abraço!

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